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Montes Claros,15/05/2024

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Macri, o outro vencedor da eleição argentina

Fonte: g1.globo.com
Macri, o outro vencedor da eleição argentina
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Ex-presidente apostou firmemente em Milei, a quem se aliou para derrotar o candidato peronista. O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri, durante comício entre seu primo Jorge Macri, candidato à prefeito de Buenos Aires, e Patrícia Bullrich, candidata derrotada no 1º turno das eleições presidenciais de 2023, em 13 de novembro de 2023.
Daniel Jayo/ AP
Se existe alguém que se sente tão vitorioso quanto Javier Milei na Argentina, ele é o ex-presidente Mauricio Macri, ator essencial para a consagração do candidato liberal de extrema direita como futuro presidente do país.
O ex-chefe de Estado apostou firmemente em Milei, logo após a derrota de sua candidata, Patricia Bullrich, no primeiro turno, e montou um aparato para tirar o peronista Massa do caminho.
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Dois dias após a primeira votação, Macri, Milei e Bullrich se reuniram secretamente na casa do ex-presidente e selaram a união para o segundo turno, num acordo que ficou conhecido como o Pacto de Acassuso.
Coube a Macri traçar o caminho de Milei até a vitória, modulando o tom do candidato e neutralizando as suas explosões violentas.
Nessa operação de contenção para cooptar os indecisos resistentes, o “Leão”, como seus partidários gostam de chamar o presidente eleito, parecia ter sido domado: recuou em algumas posições drásticas, como a privatização da educação e da saúde pública, e a defesa do comércio de órgãos.
A aliança tinha um preço. Milei se rendeu a um representante da classe política que até então insultava, denominada por ele de casta. Macri viu ruir definitivamente a sua coalizão Juntos pela Mudança, porque integrantes da ala mais moderada rejeitaram se aliar ao candidato de extrema direita.
Ambos correram o risco e avançaram na direção que levou à vitória esmagadora sobre o peronista Massa, por 11 pontos de diferença. Parte dos 6,2 milhões de votos que a coligação Juntos pela Mudança recebeu no primeiro turno migrou para as cédulas de Milei.
O ex-presidente estava no ostracismo, em atrito constante com outros membros da coalizão. Milei, por sua vez, teve de encarar a sua fragilidade política, com pouca representatividade no Congresso eleito — apenas 38 deputados e sete senadores — e optou pela aliança antiperonista.
A coligação Juntos pela Mudança tem 94 deputados na Câmara e 21 senadores, mas os desafetos de Macri já deram sinais de que vão debandar. Estima-se que o ex-presidente, fundador do partido Proposta Republicana (PRO), tenha ao menos 35 deputados leais a ele.
Diante desse cenário, Macri seria útil a Milei e vice-versa. Eles estiveram juntos, com Bullrich no próprio domingo para comemorar a vitória, depois do primeiro discurso do presidente eleito. O fim da decadência política, expressado pelo futuro ocupante da Casa Rosada, foi descrito pelo ex-presidente como o começo de uma nova era.
“A maioria dos argentinos se expressou com força, optando pela mudança e rejeitando a continuidade. O novo governo de Milei precisará do apoio, da confiança e da paciência de todos nós”, postou o ex-presidente no X (antigo Twitter).
Terminada a eleição, Macri e Bullrich esperam renovar o pacto e trabalhar com Milei. Voltaram a se encontrar na segunda-feira (20) com o futuro presidente, que agradeceu o apoio da dupla em sua campanha, atribuído como “um gesto patriótico”.
Cabe agora a Milei retribuir a ajuda e acertar os termos dessa parceria em seu novo governo, ainda que nos moldes da política tradicional, com a oferta de cargos em troca de apoio parlamentar.
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